Com a proposta de resolver o wicked problem do controle de produtos perecíveis no varejo, a startup Aravita desenvolveu uma solução inédita baseada em Inteligência Artificial (IA). O objetivo é reduzir o desperdício de alimentos frescos.
A startup brasileira também recebeu um aporte de mais de R$12 milhões que vão ajudar a viabilizar a proposta de valor da empresa, que é ajudar varejistas a otimizar a gestão de alimentos frescos, como frutas, verduras e hortaliças, reduzindo desperdício e aumentando a disponibilidade de itens demandados por meio da adoção de inteligência artificial (IA).
De acordo com Aline Azevedo, CPO da empresa, a IA só consegue aprender corretamente e gerar bons resultados uma vez que possua dados históricos de qualidade. Com base nisso, ela diz acreditar que o mercado de alimentos ainda precisa passar por uma grande digitalização. “Temos forma de captar os dados da realidade do campo e da distribuição, por exemplo, e organizar e conectar os dados já existentes, como os do varejo. Por isso, decidimos iniciar esteu trabalho pelo varejo pois, da cadeira alimentar, é onde existem mais dados disponíveis e estruturados, facilitando a aplicação de modelos muito refinados, gerando resultado rapidamente”, explica.
Hoje, estima-se que 1,3 bilhão de toneladas de alimentos seja desperdiçada anualmente, o equivalente a 1/3 de toda a produção mundial. Para os próximos dois anos, Azevedo diz que que a expectativa é focar ainda será na coleta de dados, através das pessoas e de dispositivos. Para ela, essa coleta será cada vez mais rápida e eficiente, uma vez que tecnologias de GenAI, que permitem interações mais humanizadas e de IoT, que permite captar dados através de câmeras e sensores, estão avançando muito rapidamente. “Com esses dados em mãos, algoritmos avançados serão capazes de conectar diversos dados e gerar uma otimização sem precedentes, gerando uma cadeia que vende mais e desperdiça menos, em todas as suas etapas”, avalia.
A Aravita, que atua com foco na redução de desperdício de alimentos frescos, o que não só reduz a fome, como também traz ganhos ambientais, proporcionando menos emissão de gases de efeito estufa e desperdício de embalagens, espera, ainda, desenvolver modelos avançados de inteligência artificial e deep learning para previsão de demanda de alimentos frescos, setor complexo por conta do impacto de variáveis diversas, como clima, sazonalidade, comportamento de consumidores e cenário econômico.
Para isso, a empresa possui modelos de previsão de vendas que consideram inúmeras variáveis. Por exemplo, para garantir a qualidade dos dados em tempo real e capturar fatores subjetivos, como posicionamento de produtos em gôndola e aparência, a plataforma da startup contemplará funcionalidades como controle de inventário e integração com sistemas de ponto de venda, e a médio prazo, inteligência artificial e visão computacional para automação de processos.