Médico Brasileiro Orquestra o Histórico Primeiro Transplante Renal de Porco em Ser Humano Vivo nos EUA

Sob a liderança do médico brasileiro Leonardo Riella, foi conduzido um marco revolucionário na medicina: o primeiro transplante de rim de um porco geneticamente modificado para um paciente humano vivo. Esta cirurgia pioneira ocorreu no Massachusetts General Hospital, em Boston, nos Estados Unidos, onde o Dr. Riella exerce sua prática. O anúncio oficial desse feito extraordinário foi feito no dia 21 de março.

Esta é a primeira vez que tal procedimento é realizado em um paciente vivo. Anteriormente, em 2021, uma equipe em Nova York havia realizado um procedimento semelhante, embora como parte de uma pesquisa, em um indivíduo que já havia sofrido morte cerebral.

Este avanço cirúrgico, realizado com sucesso, é não apenas um feito notável na história da medicina, mas também representa uma nova esperança para milhares de pessoas que aguardam ansiosamente por um transplante renal. O paciente submetido à cirurgia está se recuperando de maneira favorável, conforme relatado pela equipe médica.

O Dr. Riella enfatizou a importância vital desse procedimento, destacando a significativa oportunidade que os transplantes oportunos representam para aqueles que enfrentam a árdua espera por um órgão, muitas vezes lutando contra doenças debilitantes durante a diálise.

A pesquisa para viabilizar o xenotransplante, que envolve a implantação de órgãos de animais em seres humanos, tem sido desenvolvida ao longo de cinco anos pelo Massachusetts General Hospital em colaboração com a empresa eGenesis. A semelhança entre os órgãos suínos e humanos tem sido objeto de estudo há décadas, embora o maior desafio tenha sido superar a resposta do sistema imunológico, que historicamente rejeita tecidos estranhos. Este desafio foi abordado com dedicação ao longo da pesquisa.

Ao longo de cinco anos, diversas modificações genéticas foram realizadas até que a configuração ideal para implantação em humanos fosse alcançada. Essa etapa crucial foi precedida por testes em macacos para validar a eficácia e segurança do procedimento.

O paciente selecionado para esta cirurgia histórica é Richard “Rick” Slayman, de 62 anos, que há sete anos dependia de hemodiálise devido a uma doença renal avançada. Slayman, que vive com diabetes tipo 2 e hipertensão, aceitou voluntariamente participar da cirurgia, vislumbrando não apenas a oportunidade de melhorar sua própria condição, mas também de oferecer esperança a outros que enfrentam circunstâncias semelhantes.

A cirurgia, que durou cerca de três horas, foi realizada após a aprovação do procedimento pelo FDA, o órgão regulador dos EUA. A recuperação do paciente está progredindo de forma promissora, e espera-se que ele receba alta em breve, sem complicações.

O Dr. Riella, que é professor associado de medicina e cirurgia na Harvard Medical School, expressou sua convicção de que o xenotransplante representa uma solução promissora para a crise de escassez de órgãos, um avanço que poderia potencialmente salvar milhares de vidas.

Esta notável conquista médica ocorre setenta anos após o primeiro transplante renal e seis décadas após o advento dos medicamentos imunossupressores. O procedimento oferece uma nova esperança não apenas para aqueles que enfrentam a espera angustiante por um órgão, mas também para comunidades racialmente vulneráveis, como evidenciado por estudos que mostram uma maior prevalência de doenças renais graves entre a população negra.

O transplante renal é o procedimento mais aguardado na fila de transplantes, representando 92% das esperas no Brasil. Com essa nova possibilidade de usar órgãos suínos, a vida de milhares de pessoas pode ser revolucionada, oferecendo uma alternativa vital para aqueles que dependem da hemodiálise e enfrentam restrições significativas em sua qualidade de vida.

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