Com expertise em estudos científicos sobre inteligências artificiais de linguagem natural nos processos de ensino e de aprendizagem, o pesquisador Agostinho Serrano de Andrade, entende que a capacidade das máquinas pensarem como se fosse gente impactará todos os níveis de educação, do infantil ao superior. Entendimento manifestado durante a conferência de abertura do 28º Encontro Nacional de Ensino, Pesquisa e Extensão (Enepe 2023) na noite de segunda-feira (16) no Teatro César Cava, no campus I da Unoeste, em Presidente Prudente; com transmissão ao vivo para os campi de Jaú e Guarujá; e inscritos por 112 instituições de ensino superior de 18 estados brasileiros. Apresentação acompanhada ao vivo e on-line por mais de 650 dos 2.474 inscritos, com a possibilidade de novos acessos mediante do conteúdo armazenado no canal Lives da Unoeste, no YouTube.
O pesquisador utilizou o verbo no futuro, com relação ao impacto, em decorrência e de que esse novo universo da inteligência artificial chegou em janeiro de 2023. Conforme disse: chegou de forma explosiva e para ficar. Por isso, alertou que cabe aos professores se adaptarem. Focou sua fala no ChatGPT, o chatbot – software que processa conversas escritas ou faladas com pessoas – desenvolvido e lançado em novembro do ano passado pelo OpenAI, laboratório norte-americano de pesquisa de inteligência artificial. A Nova tecnologia atingiu 100 milhões de usuários ativos em dois meses, sendo que o Instagram levou 2 anos e meio para chegar a esse número. Daí a afirmativa do pesquisador de que tudo é muito impactante.
Comando humano
Porém, o conferencista deixou claro não ter nada de assustador, considerando a teoria de que a grande vantagem evolutiva do cérebro humano é a sua capacidade de criar e usar ferramentas externas para completar a sua própria cognição orgânica para a resolução de problemas e superação de limitações impostas pelo próprio corpo e ambiente. Em explanação geral e objetiva, o Dr. Agostinho mostrou dados ilustrados com exemplos de uso da nova tecnologia na área da educação. Na sequência, no formato talk-show, respondeu perguntas do mediador Dr. Diego Ariça Ceccato e as que foram feitas por QR Code pelo público presente e on-line. A primeira foi como se posiciona diante da revolução tecnológica: se apocalíptico, integrado ou deslumbrado. A resposta foi a de que tem que se encaixar como integrado.
Integrar no sentido de utilizar a tecnologia a seu favor, valendo-se da inteligência humana e sua capacidade criativa. Nesse sentido, deu exemplos: permitir ao aluno fazer uma atividade toda pelo ChatGPT, mas ao final tirar o celular de cima da mesa, usar papel e lápis para dizer o que aprendeu; e permitir a tradução de artigo, que pode ser feita em qualidade aceitável por periódicos científicos internacionais, considerando que a autoria e responsabilidade são de quem produziu. Questionado sobre a próxima novidade do ChatGPT, disse estar previsto para breve o acesso por multimodalidade, em outras formas de comunicação, tais como vídeo e música.